sábado, 2 de janeiro de 2016

A Bela Flor do Lácio

Pereira da Silva, Pereirinha
        O lirismo na forma, no conteúdo, e a dramaticidade na apresentação da lírica ainda estão entre nós. Ambos teriam morrido na Semana de Arte Moderna, em 1922, com Mário e Oswaldo de Andrade, Menoti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Manuel Bandeira, Anita Malfatti, Victor Brechet, Tarcila do Amaral, Ronald de Carvalho, Graça Aranha e até Villa-Lobos. Os dois primeiros foram os seus mentores, mas Graça, instigado por Ronald de Carvalho, deu o combustível para que a chama latente nos corações e mentes desses moços virasse labareda.

O lirismo veio da península italiana, onde foi uma grandiosidade, particularmente na Veneza e Florença. Primeiro aportou em Portugal, onde teve um Luís de Camões como o seu mestre, igualando-se na épico aos mestres italianos. Almeida Garret também lá pontificou, como bem demonstra em seus livros o crítico Afrânio Coutinho, e chegou por aqui provavelmente no século 19, e teve grandes representantes. Olavo Bilac, Gonçalves Dias e até José de Alencar, o indianista, foram mestres dessa prosa poética.

É díficil nos dias de hoje encontrarmos a musa que transpira lirismo, mas há quem a veja por aí e nela se inspira com paixão e forte sentimento de amor ao ser humano, à natureza e ao seu criador, Deus onipotente. Entre  nós existe um grande apaixonado e trabalha como ourives tecendo todas as cores e formas do poema lírico. Seu nome: Oton São Paio.

No grande poema épico de Camões, Os Lusíadas, tem lirismo e dramaticidade, arroujo, bravura e sentimento de luta, os poemas de Oton São Paio também os têm. Camões cantou a sua terra, a bravura dos filhos de sua pátria, enfrentou mar revolto, e indiferença, sendo mais tarde reconhecido como o grande mestre da língua. 

Olavo Bilac (1865/1918) cantor, no soneto "Língua Portuguesa", as características da nossa fala, assim se expressando:

- Última flor do Lácio, inculta e bela; és, a um tempo, esplender e sepultura:..

Hoje, continua bela, sim, mas não mais inculta.

Ao declamar, com forte dramaticidade e um apelo à consciência dos homens para o humanismo que deve existir entre nós, durante o encontro de confraternização dos amigos e integrantes da TV Ponto de Vista, no restaurante Boi a Kilo, Oton São Paio deu demonstração cabal de que o lirismo não morreu. Ele está entre nós, mais vivo do que nunca.

Oton São Paio interpretando lindas poesias.


O almoço de confraternização da TV Ponto de Vista, na madrugada de 2015 para o alvorecer de 2016, no restaurante Boi a Kilo, com os seus proprietários, Maria de Fátima e José Rodrigo do Carmo, entre nós, os convivas, Oton São Paio foi um regalo de amor ao próximo, exortando-nos ao amor divino, fraternal e humano.
Na nossa confraternização também poetou e fez brincadeiras gostosas, com pinta de advinhação, o nosso querido Professor Osvaldo Luiz Ferreira, e em nome da TV Ponto de Vista, falamos nós, Frederico Carvalho e eu, com lampejos de saudades, sem contudo saudosismo.

Citemos alguns presentes, como o sábio Rujany Martins, o jornalista e historiador Jorge Nunes, Prof. Osvaldo luiz, Agliberto Mendes, Cel. Oswaldo, Marisa Rodrigues, o comunicador Nelson Carneiro, Rosimary Fructuoso, Luiz Peres, Ana Alice nunes, Sílvia Savalla, Altair Silva, Adilson Guimarães, Jorge Wilman, o comandante Frederico Carvalho e sua Analuz Antunes, J. Sobrinho, Darc Freitas, Jó Siqueira, e muitos outros que estavam em espírito.

Vale, aqui, lembrar a atenção dos nossos amigos garçons, que atenderam os convivas com satisfação, atenção primorosa e amor, pois todos nós sempre nos consideramos integrantes da família Do Carmo. Esse momento de confraternização serviu como preparação feliz para receber de braços abertos e sorriso nos lábios o ano vindouro, 2016, que também estava se preparando para chegar e nos abraçar.

_____________________________________________________
Pereirinha* é secretário da União dos Jornalistas e Comunicadores de São Gonçalo, editor do jornal Metrô Car e colunista dos jornais Monitor Mercantil (Rio) e Jornal de Hoje (Nova Iguaçu).