|
O Presidente da ABI, Maurício Azêdo, faleceu em 25 de outubro de 2013 |
Maurício
Azedo
(Por José Pereira da Silva, Pereirinha)
Faleceu, aos 79 anos, o
jornalista e advogado Maurício Azedo, presidente da Associação Brasileira de
Imprensa (ABI), no Hospital Samaritano, sexta (25/10/2013), e foi sepultado no
Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, sábado. Maurício dedicou a maior parte
de sua vida à defesa das liberdades democráticas, entre elas a de uma imprensa
livre, do direito que todos temos de expressar-se livremente, mas com
responsabilidade, e dos direitos humanos.
A coluna rende
homenagem a esse homem singular, um bravo e valente guerreiro da palavra e das
ações humanas que, destemido, combateu o bom combate, colocando em risco a
própria vida nos anos negros da ditadura militar. Mesmo naqueles terríveis anos
de luta fratricida, Maurício Azedo foi um mensageiro da paz. Jamais deixou um
amigo na beira do caminho e sempre esteve ao lado da Justiça, tentando salvar
os injustiçados, a qualquer hora do dia e da noite.
Resgate da ABI
À frente da ABI,
sucedendo gloriosamente inigualáveis nomes e bastiões das liberdades
democráticas, como Barbosa Lima Sobrinho, cujos legados Maurício Azedo honrou
com imensa sabedoria ao trabalhar pelo resgate da imagem da instituição ABI
perante à sociedade e aos governos democráticos que passaram a conduzir os
destinos da Nação brasileira depois dos anos negros que tingiram de sangue o
chão da nossa pátria querida.
Como os seus
antecessores de saudosa memória, Maurício Azedo não se descuidou da defesa do
imperioso direito dos jornalistas exercerem a profissão com liberdade, com
senso crítico e ética profissional. E foi além disso, trabalhando
incansavelmente para recuperar as finanças da ABI com interlocução com deputados,
senadores e representantes dos governos federal, estadual e a Prefeitura do
Rio. Foi assim que Maurício Azedo, ao partir, deixou a ABI financeiramente
saneada, inclusive com reserva nos cofres e nos bancos e quem assumir o seu
posto terá obrigatoriamente que dar continuidade ao seu trabalho.
Reformas Estruturais
Paralelamente, Maurício
Azedo procurou por em prática um plano, um não, vários, para trazer de volta ao
seio da ABI velhos e novos companheiros que haviam dela se afastados. Um deles
foi a reforma estrutural do Edifício Herbert Moses, por dentro e por fora. Sua
primeira obra foi a reestruturação da menina dos seus olhos, a Biblioteca
Bastos Tigre, memória histórica da imprensa brasileira, e um dos mais
importantes espaços culturais da cidade, dando acesso ao seu rico acervo aos
pesquisadores, professores e estudantes de Comunicação do país.
Maurício Azedo ainda
tinha muito por fazer, mas fez outra coisa muito importante na área da cultura,
da história e da comunicação. O exemplo tão importante quanto ao da Bastos
Tigre foi a reformulação do Jornal da ABI, que ganhou um formato inovador,
tecnicamente muito próximo da perfeição, com páginas de entrevistas com velhos
companheiros, pessoas que fizeram história no campo jornalístico, seja no
impresso, seja na televisão, e matérias relevantes de grande interesse
sócio-cultural e político. O site da
ABI, no internet, é outro exemplo de sua marca gestora.
Querido Maurício Azedo,
sua passagem pela vida foi marcante, inclusive na política, como vereador e prefeito
interino do Rio de Janeiro, e no Tribunal de Contas do Município do Rio de
Janeiro. Seu nome jamais será esquecido por nós que o queremos tanto bem. Não
sendo eu ateu, nem agnóstico, mas respeitoso com todos aqueles que sabem
defender, sem maniqueísmo, suas ideologias e credo, digo: descanse em paz ao
lado do Senhor (PS).