segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Caos no Trânsito


Pereira da Silva, Pereirinha*

Não há dúvidas, São Gonçalo vive momentos turbulentos na administração pública e no trânsito que podem ser traduzidos por apenas uma palavra: irresponsabilidade.

E de quem seria essa irresponsabilidade? Do prefeito e do seu secretario de transportes? As indagações são pertinentes, porque é inadmissível que as autoridades municipais não se preocupem com isso, que causa transtornos e sofrimento nas pessoas.

Há registros nos jornais e nas redes sociais. Ali, bem enfrente ao prédio dos poderes, o trânsito é infernal a qualquer hora do dia e da noite, logo que o sol começa a brilhar e até quando ele se esconde com o entardecer e na escuridão da noite.

Os ônibus se enfileiram, lado a lado, espremendo os miúdos: carros de passeio, motos e até pedestres, e só andam a muito custo e algumas centenas de buzinadas.

Um pouco à frente do Clube Tamoio, à direita, no sentido Niterói, os ônibus circulares, outros que se destinam à cidade vizinha, fazem fila dupla, tripla e até quadupla.

É um inferno.

E o drama se estende até os bairros: Jardim Catarina, Santa Luzia, Pacheco, Santa Isabel, Santa Catarina, Engenho Pequeno, Neves, Galo Branco, Trindade, Mutuá, Portão do Rosa...
Nenhum está a salvo.

E o mais grave: as multas se multiplicam. Os motoristas são multados a torto e a direita, como se diz, sem nenhum critério. Falam até que os guardas seriam preparados para multar. Multa-se ao bel prazer ou na razão direta do humor de cada um dos uniformizados.

Seria, por isso, que os donos dos carros multados acusam a existência de uma trágica "indústria da multa" no município ou num liguajar de pobre "são uns caças-niqueis".

Caças-niqueis que valem centenas e centenas de reais. Enquanto isso os ônibus que servem ao povo, aos trabalhadores, são pouco seguros e velhos. Há alguns - só para fazer justiça há alguns poucos - que são remediados, outros em bom estado, mas a maioria está caindo aos pedaços e é uma maioria perigosa, pois coloca em risco a vida dos passageiros e dos motoristas.

Uma desgraça.

E os idosos sofrem com isso. Ônibus de uma porta - os da ABC são bons exemplos -, agridem os idosos que são impedidos de viajarem neles, a não ser que paguem a passagem. 

Ora, durante muitos anos os idosos pagaram diretamente do próprio bolso a passagem nesses velhos e carcomidos coletivos. Agora, os idosos conquistaram esse direito do passe livre, mas isto não é nenhum favor, porque a passagem deles está embutida na tarifa, anualmente reajustada com uma forte margem de lucro para os empresários de ônibus.

Essa manobra do ônibus de uma porta, que não deixa de ser urbano, mesmo os que se dirigem para Niterói ou para o Rio. Os ônibus da Fagundes e da Coesa respeitam o direito do idoso, inclusive em coletivos com ar condicionado.

São Gonçalo deveria seguir o exemplo de Niterói, onde grande parte dos ônibus tem ar condicionado, com trajeto até mais longo do que em SG, e passagem mais barata. Em relação ao trajeto, em termos de distância, o Rio também é exemplo. O trânsito na Cidade Maravilhosa, no entanto, também é um problema.

                * Pereirinha é primeiro secretário da União dos Jornalistas e Comunicadores de São Gonçalo (UNIJOR) e colunista dos jornais Monitor Mercantil (Rio) e Jornal de Hoje (Baixada Fluminense).